A Sertã
(antigamente Sertago) é uma vila portuguesa pertencente ao
distrito de Castelo Branco, região Centro, sub-região do Médio
Tejo.
A vila tem cerca de 5.500
habitantes e é sede de município com 453,13 km² de área e 14.748
habitantes (2021), subdividido em 10 freguesias.
GEOGRAFIA
O Município da Sertã é limitado a
norte pelo Município de Pampilhosa da Serra, a nordeste por
Oleiros, a sueste por Proença-a-Nova, a sul por Mação e Vila de
Rei, a oeste por Ferreira do Zêzere e a noroeste por Figueiró dos
Vinhos e Pedrógão Grande.
É sede da comarca que engloba
também os concelhos de Proença-a-Nova e Vila de Rei.
A vila da Sertã localiza-se num
vale xistoso, numa área florestal com predominância de pinheiro
bravo e, mais recentemente, de eucalipto. A oliveira é outra das
espécies frequentes na flora local.
A localidade é banhada por duas
ribeiras, a Ribeira da Sertã, também
conhecida localmente como ribeira Grande, e a ribeira de Amioso (ou
ribeira Pequena). Todo o oeste do concelho é delimitado pelo rio
Zêzere, mais especificamente pelas albufeiras das barragens do
Cabril, da Bouçã e do Castelo de Bode. A grande massa de água
influencia o clima tornando-o bastante húmido.
O ponto mais alto do concelho é a
Serra do Cabeço Rainho, que atinge os
1080 m.
HISTÓRIA
A primitiva ocupação humana da zona
onde agora se localiza a Sertã remonta à época pré-romana.
Durante vários séculos, a Sertã
assistiu à passagem de vários povos, nomeadamente Romanos (vários
vestígios arqueológicos no concelho), Lusitanos (pequenos Castros
existentes no concelho), Árabes (responsáveis pela edificação do
Castelo), entre outros.
Na aurora da nacionalidade, os
domínios da Sertã pertenceram à Ordem do Templo durante sete anos
(1165-1174), passando em seguida para as mãos dos Hospitalários
(por doação do rei D. Sancho I, através da Carta de Guidintesta),
em conjunto com Pedrógão Pequeno. Esta Ordem criou aqui uma das
suas Comendas mais importantes, tendo também optado pela Sertã para
a realização do primeiro Capítulo Provincial que os Hospitalários
realizaram em Portugal, no início do século XIII.
Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da
Ordem do Hospital, escolheu Cernache do Bonjardim (freguesia do
concelho da Sertã) para construir os seus Paços, sendo este o local
onde, em 1360, nasceu o seu filho, Nuno Álvares Pereira, conhecido
pelas suas façanhas na batalha de Aljubarrota e canonizado como São
Nuno de Santa Maria, em Abril de 2009.
Sob o reinado de D. Afonso V
(reinado entre 1438-1481), a povoação recebeu Carta de Foral
(1455), confirmado em 1513 por D. Manuel I (1495-1521). Era já
então um concelho de relativa importância, já que os seus
representantes tinham assento nas Cortes. Em 1665, a vila passou
para a Casa do Infantado, que assimilou os rendimentos do
Grão-Mestrado da velha Ordem de Malta.
A vila e o concelho sofreram também
as vicissitudes das Invasões Francesas, nos inícios do século XIX,
não escapando à fúria do exército invasor.
Nos tempos da Implantação da
República, desempenhou um papel importante na disseminação dos
ideais republicanos pelo distrito de Castelo Branco, tendo saído
dos seus limites alguns dos notáveis que desempenharam um papel
importante nesse episódio da História de Portugal.
Já depois do 25 de Abril de 1974, o
concelho registou um enorme desenvolvimento, afirmando-se hoje como
um dos principais concelhos desta zona do país.